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Além de assassinar duas vítimas, Benedito de Jesus Carvalho atirou e feriu outras duas travestis. Crimes foram registrados no dia 15 de agosto de 2012, com apenas uma hora de diferença entre o primeiro e o último.
Suspeito chegando à delegacia e arma usada nos crimes em Rio Preto — Foto: Arquivo pessoal
O ex-policial militar Benedito de Jesus Carvalho, acusado de matar a tiros duas travestis e tentar assassinar outras duas, foi condenado a 83 anos de prisão em regime fechado. Ele foi submetido a júri popular nesta quinta-feira (11), em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
Os crimes foram cometidos no dia 15 de agosto de 2012, com apenas uma hora de diferença entre o primeiro e o último. Carlos Eduardo Vasconcelos e Abelardo dos Santos Freire, que se identificavam como Eduarda e Isabeli, não resistiram aos ferimentos. Júlio César Bercelini e Gledston Quintino Zaquini, cujos nomes sociais são Jully e Renata, sobreviveram.
De acordo com promotor de Justiça José Márcio Rossetto Leite, a pena aplicada foi maior do que a esperada porque a juíza Gláucia Véspoli Oliveira considerou os antecedentes e a reincidência criminal de Benedito.
Ainda segundo José Márcio Rossetto Leite, o réu negou para a juíza Gláucia Véspoli Oliveira que foi o autor dos ataques às travestis.
O advogado de defesa de Benedito afirmou que vai recorrer. "Vamos pedir um novo júri. A juíza aplicou a pena individual, o que agravou a situação", alegou Diego Carretero.
Ex-policial acusado de matar travestis é julgado em Rio Preto
De acordo com a Polícia Civil, Benedito foi preso no dia 17 de agosto de 2012, próximo ao aeroporto de Rio Preto. Além de ser reconhecido por uma das vítimas, o suspeito escondia uma arma de fogo, três capacetes, celulares e a camisa usada no dia dos ataques.
Na época em que os crimes foram cometidos, uma travesti também foi presa suspeita de encomendar a morte das vítimas, mas acabou sendo impronunciada pela Justiça. Ou seja, não foi submetida a júri popular.
Investigações da Polícia Civil apontaram que Benedito convidou a travesti Eduarda para um programa sexual. Aproveitando-se do fato de a vítima estar ajoelhada em uma estrada de terra, o suspeito desferiu dois disparos e a matou.
Benedito, então, subiu na motocicleta que pilotava, dirigiu até a Avenida Cenobelino de Barros Serra e chamou a travesti Isabela para um programa sexual. O autor esperou a vítima virar-se de costas, realizou um disparo e também a matou.
Logo depois, o suspeito voltou à esquina da rua em que assassinou Isabela, apontou o revólver para a travesti Jully e atirou duas vezes, atingindo a mão e o ombro da vítima.
Segundo o Ministério Público, Benedito saiu em direção ao centro de Rio Preto sorrindo e mandando beijos aos demais travestis que estavam na rua.
Ao chegar ao centro, o suspeito avistou a travesti Renata ao telefone, parou a motocicleta e disparou na direção da vítima, atingindo-a na mão.
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