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Notícias | 11 de Setembro de 2022 - 00:05
Com a vida marcada por traumas, Giulia Collino, de 27 anos, tropeçou nos vícios e buscou a morte
A infância da estudante de design gráfico Giulia Collino, de 27 anos, foi marcada pela perda dos pais. Ela ficou órfã quando tinha 3 anos. “Minha mãe morreu em um acidente de trem e meu pai, que era alcoólatra, de cirrose.
No entanto meu pai estava vivo quando eu fui levada para o orfanato: ele e minha madrasta assinaram um termo de que não podiam ficar comigo por falta de condições”, descreve Giulia, que, na época, teve de lidar com o sentimento de rejeição. Apesar de ter sido adotada, as consequências do trauma infantil a atormentavam, como ela relata: “eu tinha crises de ansiedade, fobias e passava muito mal. Cresci em um lar espírita. Eu via e falava com os espíritos. Ainda na infância, tive acesso à pornografia e à masturbação e influenciava muitas meninas a fazer o mesmo. Na adolescência, meus pais se separaram e me tornei rebelde, pois fiquei com muita mágoa daquela situação. Depois de um tempo, me envolvi com álcool e acabei me tornando alcoólatra. Meu pai até achou uma garrafa vazia no meu quarto”, recorda.
Ela começou a ir a baladas e a procurar distrações na tentativa de apaziguar seu vazio e sua dor. “Comecei a andar com pessoas que cheiravam cocaína e a me interessar por maconha, que eu inalava. Eu também ficava com todo mundo: homem, mulher ou travesti. Tudo porque eu tinha o vício de sempre estar com alguém”, diz. Ela relata que sua situação psicológica só piorou: “entrei em depressão profunda e ficava trancada em um quarto escuro e sem tomar banho. Eu não tinha vida. Eu só abria a porta para que minha mãe entrasse e me desse comida, mas logo depois me trancava de novo e só saía da cama para ir ao banheiro. Em tratamento psiquiátrico, fui diagnosticada com transtorno de personalidade borderline. Lembro que, como não conseguia deixar o vício, tinha surtos por tomar remédio com bebida alcoólica. Logo vieram as tentativas de suícidio. Foi quando uma obreira me chamou para ir à Universal”, afirma.
O MAIOR PROBLEMA
Embora tenha aceitado o convite, Giulia não permaneceu na Fé: “eu achava que não havia jeito para mim e, naquele dia, saí da Igreja decidida a tentar me matar de novo. Quando fui me jogar da sacada, a mesma obreira apareceu”, conta. Depois, Giulia, que morava com a mãe, foi viver com o pai. “Minha mãe estava com medo porque a qualquer momento eu poderia tentar me matar e realmente conseguir. Lembro que fiquei no Caps (Centro de Atenção Psicossocial), tomei injeções e comecei a praticamente vegetar porque os efeitos delas eram horríveis. Saí e continuei fazendo os tratamentos, mas tudo piorou. Lembro que tentei me matar de novo e, dessa vez, tive que fazer lavagem estomacal. Nesse dia, tinham me chamado para ir à Universal novamente e não fui, mas fiquei com o convite na minha mente e tinha pensado em me dar essa chance.”
Na ocasião, Giulia estava com 25 anos. “Minha libertação demorou mais de um ano porque eu não entendia que meu problema era espiritual. Eu era uma pessoa muito emotiva, achava que estava bem, mas, na verdade, não estava. Acabei me afastando da Presença de Deus e o vício, a depressão e a vontade de morrer voltaram ainda piores”, afirma. Ela retornou mais uma vez à Universal, mas manteve a velha vida: “na minha cabeça, a sensação de bem-estar que eu tinha dentro da Igreja era sinônimo de estar bem com Deus, embora eu sentisse um vazio ao chegar em casa. Eu tinha um buraco dentro de mim e não entendia o porquê”, diz.
TRANSFORMAÇÃO
Ao reconhecer que precisava mudar, tudo se transformou. “Depois de ouvir uma Palavra, fui para a frente do Altar e ali ocorreu minha libertação e meu encontro com Deus. Deus me deu a paz dEle, mas eu sabia que ainda me faltava o Espírito Santo. Comecei a obedecer a Palavra de Deus à risca e, em uma vigília, eu O recebi e tive a força, a felicidade e o amor que nunca tive antes. Acredito que os maiores ‘gigantes’ que venci foram justamente o vazio e a dor da alma, pois eles eram a raiz da depressão e dos vícios em álcool e pornografia. Vencendo esse vazio, venci tudo, me esvaziei de tudo e me enchi de Deus ao recebê-Lo dentro de mim”, finaliza.
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Flavia Francellino / Foto: Demetrio Koch