Estudantes de MG repudiam cartilha "LGBTQI+fóbica" de colégio particular - Crescer

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A União Colegial de Minas Gerais (UCMG), entidade que representa os estudantes, emitiu uma nota de repúdio ao posicionamento do Colégio Recanto do Espírito Santo, de Itaúna. Segundo a UCMG, a escola teria adotado uma "posição controversa, incorreta e preconceituosa". "A instituição supracitada divulgou um comunicado que alertava pais e responsáveis sobre materiais escolares que carregam o que foi considerado como 'ideologias antifamília'. O texto, que traz consigo imagens da bandeira LGBTQIA+, de Chê Guevara, de unicórnios e caveiras, propõe 'refletir sobre a influência da moda' nos itens usados por alunos e o que significam as imagens impressas neles", diz a nota.

A UCMG segue: "O posicionamento religioso do colégio, foi utilizado como principal argumentação, para defender o posicionamento preconceituoso. Conforme o comunicado, o simbolismo LGBTQIA+ (arco-íris) reflete um planejamento inverso aos de 'Deus', além de uma 'ideologia antifamília'. A UCMG, respeita a diversidade cultural e religiosa, sendo seu livre exercício fundamental para o desenvolvimento social e identitário da juventude. Todavia, o uso da liberdade religiosa como meio de imposição e promoção da intolerância, é inaceitável e demonstra uma violação do espaço saudável do estudante".

A entidade termina a nota exigindo a "devida penalidade vinda dos órgãos competentes", além de "retratação pública" da instituição. E lembrou que, em 2021, o mesmo colégio foi alvo de críticas após “responsabilizar mulheres por serem estupradas”. "Não pararemos de lutar por uma educação com mais diversidade e liberdade, em que seja fundamental, o respeito aos direitos e aos limites do outro. Resistiremos ao ódio, e lutaremos por mudanças", finalizou a nota, divulgada no site do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro MG).

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 Reprodução/Redes Sociais)

Cartilha que teria sido emitida pela escola (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Arco-íris, unicórnios, caveiras e Che Guevara

A cartilha do colégio particular de Minas Gerais está circulando nas redes sociais e teria sido enviado aos pais. No comunicado, datado de 12 de janeiro de 2022, o colégio repudia símbolos como unicórnios, arco-íris, caveiras e imagens de Che Guevara. A instituição afirma que os pais têm "importante papel de mostrar as razões e defender seus valores" na compra dos materiais.

"Os cadernos e camisetas com caveiras (cultura de morte), foice e martelo e com o rosto de Che Guevara (grande assassino e revolucionário comunista), estão na moda há décadas. Mas hoje vejo também outros riscos", afirma a escola. O comunicado também ataca o símbolo do arco-íris, usado pelo movimento LGBTQIA+. "As principais ideologias antifamília têm feito de tudo para se instalar em nosso meio e utilizam, principalmente, os materiais infantis e com estampas que parecem ingênuas. O arco-íris que é um símbolo de aliança de Deus com seu povo foi raptado pela militância LGBT, que o utiliza em suas bandeiras que têm, atualmente, seis cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, anil e violeta", diz o texto.

A cartilha cita ainda que o unicórnio, que parece ser uma figura "doce e encantadora", na verdade, é usada para identificar "alguém de 'gênero não binário', que não se identifica como homem, como mulher e nem mesmo como transexual". "Resumindo, é mais um símbolo contrário à lei natural, contrário aos planos de Deus", completa.

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Direito de resposta

A equipe de reportagem da CRESCER tentou entrar em contato com a escola por telefone, eamil e WhatsApp, mas até a publicação dessa reportagem, não obteve retorno. O espaço segue aberto para posicionamento do colégio. 

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