Elas querem comemorar o respeito - MS Notícias

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Desde o último dia 17 de janeiro, temos visto diariamente na TV Globo a rotina de Lina Pereira. Uma travesti. Uma mulher. E as diversas vezes em que ela foi tratada pelo pronome masculino pelos colegas de confinamento, gerou – além de polêmicas, reclamações e explicações – uma onda de reflexão: o que é ser mulher? O que caracteriza uma mulher, se é que isso é necessário? Basta sentir-se como tal também neste Dia Internacional da Mulher? 


“Pra ser um mulher tem que ter peito pra encarar a vida de frente. E peito, eu tenho muito!”. A frase foi dita por Jojo Todynho para a reportagem. Feminina, acima do peso, negra, com a autoestima em Marte. E com os mesmos conflitos de Lina. Que podem também ser os de Lady Chokey, mulher transexual de 26 anos. Ou de Luisa Sonza, cantora gaúcha, livre, sem amarras, que faz da sensualidade uma de suas armas de empoderamento. Simplesmente, mulheres. E todas precisam ser respeitadas.

TRAVESTI OU MULHER TRANS?

Lina chegou a ser anunciada e citada como a segunda mulher trans a participar do “Big Brother Brasil 22”. Mas ela já contou que reivindica o uso do termo ‘travesti’ – que só existe aqui no Brasil – para tirá-lo da marginalização. Isso porque há uma ideia de que travesti está vinculado a prostituição, roubos. “Estou falando de coisas que já falaram para mim”, já destacou a sister.


A comunidade LGBTQIA+ enfatiza que mulher trans é uma identidade feminina que está dentro da binariedade (homem-mulher). Contudo, a pessoa que se declara travesti nem sempre se identifica como mulher, mesmo que se pareça como uma. 
 

Adotar com orgulho a identidade de travesti por vezes também é considerado um ato político, uma vez que o termo foi bastante estigmatizado e associado à prostituição.

Em uma entrevista concedida em 2021, Linnenfatizou que sua identidade de gênero não se encaixa no padrão binário. “Me sinto livre para não ser nem homem nem mulher. Se aos 30 anos eu venho me perguntando quem sou eu, agora não tenho dúvida: eu sou travesti, tenho peito, tenho pau… É muito chique. Sou binária dentro da minha feminilidade”, disse.

ATO DE RESISTÊNCIA

Para Lady Choquey, comemorar o dia internacional da mulher sendo uma mulher trans é um ato de resistência e empoderamento. Mas com muto otimismo: “Essa data é pra dar um “viva” a toda mulher que existe e resistência a todo tipo de pedra que encontra pelo caminho. É, no meu caso, lutar desde pelo pronome certo até o direito civil e humano, de ser vista como mulher e não como personagem”, diz ela.

Rafaela Bellucci, empresária e influenciadora digital trans, faz questão de exaltar a participação de Linn da Quebrada no “BBB22”, destacando a representatividade. “Trans ou cis, estamos sempre no gênero feminino, gostamos de ser tratada assim por mais que muitas pessoas às vezes queiram nos aprisionar e não nos libertar, como acontece por vezes com a Lina no reality”, disse ela à reportagem.

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