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'Tenho pautas em comum com o movimento gay', afirmou a senadora
Publicado em: 31/07/2025 8:44

Foto: Agência Brasil
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) surpreendeu ao declarar, durante entrevista ao podcast “Cortadas do Firmino”, que apoia cotas para pessoas trans em universidades e serviços públicos. De acordo com ela, essa é uma pauta que deve ser acolhida também pela direita, e não apenas por setores progressistas. “Tenho uma identificação muito grande com as travestis”, afirmou, destacando a vulnerabilidade desse grupo.
Segundo Damares, muitas travestis deixam a casa ainda na adolescência, o que compromete o acesso à educação e dificulta a entrada no mercado de trabalho. “É muito fácil você conseguir um emprego para um gay, para uma lésbica, para um trisal. Mas a travesti, pelo jeito exuberante dela, você não encontra travesti num banco trabalhando”, disse. Por isso, reforçou: “Eu defendo a cota social”.
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Durante a entrevista, a senadora afirmou que a pauta trans já esteve presente no governo Bolsonaro e que Jair Bolsonaro chegou a se emocionar com dados apresentados por ela. “Nós chegamos a arrancar lágrimas do Bolsonaro. Ele disse: ‘Cuida deste público’”, contou.
Damares ressaltou que muitas travestis em situação de rua ou prostituição acabam presas por tráfico de pequenas quantidades de drogas, e que frequentemente são abandonadas, inclusive pelas próprias companheiras de quitinete. “Temos relatos de travesti pedindo para não sair do presídio porque não tinha para onde ir”, lamentou.
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Ela também mencionou ações desenvolvidas à época em que comandava o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, voltadas para a qualificação profissional de travestis. “Sabe o que a gente fez? Qualificamos, mas não para ser cabeleireiras. Qual é o potencial da cidade? É a indústria? Vamos qualificar para a indústria”, explicou. Para a senadora, o acesso a cursos e empregos fora do estereótipo pode reduzir desigualdades e promover inclusão.
Ao ser questionada se essa deveria ser uma pauta da esquerda, Damares Alves reafirmou seu posicionamento: “Essa pode ser uma pauta da direita, claro. E foi no governo Bolsonaro”.
O posicionamento da senadora contrasta com a visão de muitos parlamentares bolsonaristas. Recentemente, a Unicamp anunciou a adoção de cotas para pessoas trans, travestis e não binárias. Pela nova política, cursos com até 30 vagas devem reservar pelo menos uma para esse público, enquanto cursos com mais vagas precisam oferecer ao menos duas.
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Ao fim da entrevista, Damares reforçou a urgência da criação de políticas públicas voltadas para travestis, defendendo que a falta de oportunidades, o abandono familiar e o preconceito estrutural impedem esse grupo de ter acesso a uma vida digna. “As travestis são duplamente vulneráveis. Precisamos olhar para elas com urgência”, concluiu.
Damares afirma ser A FAVOR das cotas trans:
“Eu tenho uma grande identificação com as travestis. A travesti sai de casa muito cedo. É muito fácil você conseguir um emprego para um gay, uma lésbica, para um trisal, mas a travesti, pelo jeito exuberante dela, você não vê em um… pic.twitter.com/oYvOGIH854
Damares Alves afirma ser a favor de cotas para pessoas trans:
“Eu tenho uma grande identificação com as travestis. A travesti sai de casa muito cedo. É muito fácil você conseguir um emprego para um gay, uma lésbica, para um trisal, mas a travesti, pelo jeito exuberante dela,… pic.twitter.com/B6nPwFDPvX