ARTICLE AD BOX
Olga é a primeira coach e jogadora trans do competitivo brasileiro
A pro player Olga “Olga” Rodrigues foi classificada como a quinta melhor jogadora do Brasil no ranking de 2021 de Counter Strike: Global Offensive (CS:GO) do DRAFT5 – portal especializado na modalidade.
A redação da Pichau Arena conversou com a profissional para entender um pouco mais sobre sua história de luta e sentimento com a conquista.
Início no CS:GO
Quem vê Olga no top 5 atualmente, pode achar que a carreira no cenário é recente. Na realidade, a jogadora está desde 2016 no competitivo brasileiro de CS, porém, participava de torneios masculinos, tendo conquistado a Brasil Game Cup 2016 e vestido as camisas da Dai Dai, SLK Gaming, Remo Brave e SiteCS.
Por quase um ano atuando no cenário profissional, se viu sem muito apoio por parte das organizações por falta de estrutura e investimento na modalidade, que demorou a ser construida competitivamente em solo brasileiro.
Foi quando resolveu fazer uma pausa em meados de 2017:
“Em relação ao cenário, eu não estava muito confiante de conseguir alguma coisa e achei melhor fazer o que eu achava ser melhor para mim mesma”, contou em entrevista ao Millenium em meados de 2018.
Uma nova jornada

Após a pausa e foco em questões pessoas, Olga finalmente conseguiu se encontrar e reconhecer a si mesma. Desta forma, aos poucos retornou ao cenário, mas não foi fácil. Precisou arrumar seu computador que estava na casa da mãe para conseguir voltar a treinar. Foi cerca de três meses de doações para montar sua maquína e voltar à competir.
Em 2018 voltou ao cenário na posição de treinadora representando a BootKamp e estava muito focada nos campeonatos que aconteciam na época.
Tempos depois, voltou a jogar e se destacou em todos os torneios que competiu durante os próximos anos. Olga queria mais do que boas jogadadas na época que representou a Black Dragons.
“Mesmo só conseguindo um título, a gente tava sempre batendo na trave. Indo para várias finais de campeonato em que eu individualmente estava me destacando muito. Inclusive, tinha muitos feedbacks que eu estava jogando bem e eu estava entre as melhores.”
“Quando eu entrei na FURIA, foi só alegria”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2021/l/A/BjmE1RRgAXx7billKKBA/olga-cs-go-furia.jpeg)
Contratada pela FURIA no fim de 2021, Olga começou a finalmente receber o reconhecimento que merecia e entrou para uma equipe que lhe garantiu maior entrosamento em mapas. A paixão pelo CS que havia surgido em 2004, voltou a ser uma alegria para a pro player.
Segundo Olga, a entrada para a FURIA foi “só alegria” por conta de suas conquistas. De três campeonatos que jogou em 2021, garantiu três troféus: BGS Esports 2021 Female, Gamers Club Liga Feminina 4# e Gamers Club Masters Feminina IV.
Além dos títulos em equipe, também pode comemorar mais dois MPV’s (Most Valuable Player) por performance individual, sendo BGS Esports e na Série Feminina #4 da Gamers Club. Para a atleta, é uma recompensa por seu esforço.
“É só a prova de o quanto meu esforço valeu a pena. Meu trabalho e dedicação valeram a pena porque estou na sua lista das 10 melhores. Eu tô muito feliz .

Porém, a recompensa no caso de Olga vai além de ser uma melhores profissionais de CS:GO do Brasil. Fazer parte do ranking é uma conquista para um grupo de pessoas que precisam ser representadas.
“Não estou feliz só por estar no ranking, mas por saber que tem uma travesti entre a melhores também“.