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Mais um desdobramento no caso da morte da travesti Bruna Torres nesta semana. Após nove horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Araraquara absolveu, na última terça-feira (05), Ederson Luiz Soares Pereira, conhecido pelo nome social Lívia, acusada de envolvimento no homicídio ocorrido em setembro de 2019.
O crime, no entanto, teve como cenário final a cidade de São Carlos, onde o corpo da vítima, de 26 anos, foi encontrado com sinais de violência extrema, com mãos e pés amarrados, às margens da Rodovia Deputado Vicente Bottas (SP-215), próximo ao trevo do bairro Cidade Aracy.
Lívia foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo por homicídio qualificado, com agravantes como motivo torpe, emprego de tortura, emboscada e ocultação de cadáver. Contudo, sua defesa sustentou a inexistência de provas que comprovassem sua autoria, além de irregularidades processuais e tentativa de fraude durante o inquérito.
“Não havia provas de autoria, e demonstramos inconsistências graves nos depoimentos, além de indícios de obstrução de Justiça. A inocência era evidente”, afirmou o advogado de defesa Jefferson Rodrigues Faria. Lívia estava presa há dois anos e oito meses, e seu defensor informou que poderá acionar a Justiça em busca de indenização pelo período de prisão considerado indevido.
A investigação do crime foi conduzida pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos, que apontou que Bruna trabalhava em uma casa de prostituição na Vila Furlan, em Araraquara, gerenciada por Lívia. Segundo a polícia, a vítima tinha uma dívida de R$ 800 com uma cafetina, o que teria motivado sua execução.
Esta é a segunda absolvição no caso. Em 2023, Caio Augusto Rodrigues Oliezer também foi inocentado em dois julgamentos distintos, após o Tribunal de Justiça anular a primeira decisão por suposta contradição com as provas dos autos — o novo júri manteve a absolvição.
Por outro lado, Tiago Augusto Chiarelli, conhecido como Tamy, foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão e segue foragido. Já Dionathas Batista Oliveira recebeu pena de 25 anos e seis meses de reclusão. Ambos foram sentenciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Relembre o crime
Bruna Torres era natural de Manaus (AM) e vivia em Araraquara. Segundo a investigação, ela foi assassinada em uma pensão onde se hospedavam travestis. Testemunhas ouviram gritos e barulhos de móveis sendo arrastados durante a madrugada do dia 15 de setembro de 2019. No local, foram encontrados fios de cabelo e manchas de sangue.
Após o crime, o corpo de Bruna foi levado até São Carlos, onde foi deixado à beira da rodovia. O caso gerou grande comoção e mobilização nas redes sociais, com amigos organizando a arrecadação de recursos para transportar o corpo de volta a Manaus, onde ela foi sepultada.
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