CDT da Unicamp alerta para risco de trombose na população transgênero por automedicação

3 months ago 109
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A terapia hormonal afirmativa de gênero, usada por mulheres e homens transgênero e por pessoas não-binárias, traz consigo um risco de desenvolvimento de trombose. Isso acontece, sobretudo, se o tratamento for feito sem orientação médica, o que acaba sendo frequente na população trans, já que o acesso à saúde ainda é dificultado por uma série de preconceitos estruturais.

O Centro de Doenças Tromboembólicas (CDT) do Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aproveita o mês do orgulho LGBTQIA+ para fazer esse alerta, divulgando a cartilha “Risco trombótico na população transgênero”, que pode ser acessada neste link.

“Existem poucas pesquisas científicas sobre o assunto, e o desafio para a pessoa trans acessar os serviços de saúde é enorme”, afirma a médica Mariana Fanini Leite, autora da cartilha. “Desde a recepção, das pessoas não usarem nome social nem respeitarem pronome, até a consulta. São muitas barreiras, e as pessoas começam a ter um comportamento evitativo”, observa.

Mariana destaca que esse afastamento causado pelo preconceito acaba incentivando uma prática perigosa na população trans: a automedicação. “A automedicação tem riscos sérios, com consequências para a vida inteira”, alerta. “Na dose certa, é seguro utilizar hormônio, portanto é essencial buscar acompanhamento médico”.

O Centro de Doenças Tromboembólicas da Unicamp desenvolve e apoia pesquisas sobre a trombose e doenças relacionadas em diversos recortes populacionais. Atualmente o grupo desenvolve um grande registro epidemiológico sobre a incidência de trombose venosa em pacientes adultos, pediátricos e oncológicos.

O acompanhamento de centenas de pacientes vinculados à pesquisa está sendo realizado em 11 hospitais no estado de São Paulo e pretende desenvolver novos protocolos de atendimento e políticas públicas para prevenção e tratamento da trombose.

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