Atriz trans revela ter sofrido preconceito nos bastidores da Globo e expõe galã - EM OFF

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Reprodução: Instagram

Bruno Pinto

Repórter do EM OFF

28/09/2022 14h00

Marcella Maia concedeu uma entrevista ao programa Israel Cassol Show e não perdeu a oportunidade de falar sobre sua carreira na televisão. Durante o bate-papo, a atriz relatou a luta diária de uma profissional transexual em um meio repleto de pessoas preconceituosas e não pensou duas vezes antes de expor o caso de discriminação sofrido nos bastidores da Rede Globo, durante a gravação de um folhetim.

Sem papas na língua, a atriz que deu vida a personagem Morte em “Quanto Mais Vida, Melhor”, contou que um dos atores envolvidos diretamente com ela em uma trama não fez a mínima questão de esconder seu preconceito e falou que não iria beijá-la, mesmo sendo algo técnico: “Na última novela que eu fiz eu beijei dois galãs, mas tive alguns atravessamentos. Teve um ator que disse que não ia me beijar”.

Segundo Marcella, se deparar com a cena da vida real foi um golpe duro, algo muito difícil de conseguir digerir. A atriz ainda mandou um recado para mulheres trans que sofrem o mesmo diariamente: “Atuar dá muito trabalho! A gente estuda muito e aprende os ofícios de atuar… É triste demais chegar no set e ouvir isso. E geralmente meus papéis são cis normativos… Tenham determinação, continue buscando conhecimento, fazendo pesquisas”.

Por dentro do que vem acontecendo no mundo dos famosos, Marcella não ficou em cima do muro quando questionada sobre a forma como os cantores Vitão e Harry Styles se vestem. De acordo com a atriz, é preciso muito cuidado para não confundir estilo com apropriação de uma cultura com o objetivo de lucrar: “A arte se tornou uma máquina de vender e fazer dinheiro. Sempre teve uma apropriação muito grande da comunidade LGBTQIA+”.

Por fim, a atriz ressaltou a importância de diversas iniciativas que visam a disseminação de uma moda sem gênero. Segundo Marcella, esse assunto sempre foi muito claro em sua mente, mas que, somente agora, muitas pessoas estão dando maior relevância ao tema: “Pra mim a moda sempre foi sem gênero, eu acho muito legal que esse assunto está ficando mais relevante com os públicos”.

Em janeiro deste ano, Marcella Maia se mostrou muito feliz com a oportunidade de interpretar uma personagem em que a sexualidade não é algo questionável: “É a quebra de paradigmas. É genial que o diretor Allan Fiterman e o autor Mauro Wilson tenham escolhido esse caminho. Faz a gente rever imagens do que já está bem consolidado. A Morte, muitas vezes, foi representada de forma tétrica. Fazer a personagem como mulher jovem e bela ressignifica alguns valores. Isso é importante em muitos sentidos”, disse em entrevista.

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