Após assassinato da travesti Sofia, SSPDS firma parceria com Centro de Referência LGBT+ - G1

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A Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) firmou, nesta terça-feira (15), parceria institucional com o Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues. O acordo foi feito após o protesto contra a morte da travesti Sofia Gisele, realizado nesta terça-feira em frente à sede da Secretaria da Segurança Pública (SSPDS), na capital cearense. O corpo de Sofia foi achado na última sexta-feira (11) com marcas de violência.

Durante o encontro, a SSPDS e o Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues acordaram por uma cooperação que trata do encaminhamento de denúncias recebidas pela instituição de acolhimento, para o Batalhão Especializado.

Com isso, as vítimas de violência que procurarem pelo Centro Estadual serão acompanhadas individualmente por composições de policiais militares especializados no atendimento humanizado a grupos vulneráveis.

"Tudo o que queremos é impedir que os crimes aconteçam. Com essa articulação, podemos conhecer e acolher essa vítima, compreender sua vulnerabilidade e direcionar possíveis alternativas, reduzindo as chances de novos episódios de violência", afirmou o major da Polícia Militar, Messias Mendes, comandante do BPEsp.

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O acordo foi celebrado pela coordenadora do Centro, Silvinha Cavalleire.

"Esse diálogo é fundamental para manter essa posição e certamente esse apoio vai fazer a diferença na vida das pessoas LGBTQIA+ cearenses. Ressalto também a importância do Disque-Denúncia, por meio do 181, mais uma ferramenta do Estado para a proteção da comunidade", afirmou a coordenadora.

O coordenador de Políticas Públicas para LGBT da SPS, Narciso Júnior, também destacou o mérito da iniciativa. “Quando a pessoa não é acolhida pelos familiares ou vizinhos, por exemplo, por conta da sua orientação sexual ou identidade de gênero, é importante encontrar o acolhimento do Estado para reduzir os impactos da vulnerabilidade”, disse.

O secretário Sandro Caron ainda confirmou, aos movimentos sociais, que participaram do encontro, a formação do Observatório Cearense dos Crimes Correlatos por LGBTQIAPNfobias, que vai ser composto por representantes da SSPDS e suas vinculadas, com objetivo de monitorar crimes e emitir relatórios sobre investigações criminais referentes à comunidade.

Além disso, o grupo ainda deve estudar aperfeiçoamentos nas ações adotadas pela SSPDS. A portaria foi assinada pelo titular da SSPDS após a reunião e foi encaminhada para publicação no Diário Oficial do Estado.

Familiares e amigos se reuniram na frente da Secretaria da Segurança Pública para pedir justiça pela morte da travesti Sofia, em Fortaleza. — Foto: Fernanda Aires/SVM

Protesto contra transfobia

O protesto começou por volta das 10h e seguiu até meio-dia. No local, familiares e amigos cantavam pedindo justiça, com balões e tambores, e gritava "Sofia vive". O grupo reivindicava ser recebido por um representante da secretaria. A suspeita é que o crime tenha sido motivado por transfobia.

Conforme a SSPDS, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está à frente das investigações e até o momento ninguém foi preso.

Sofia Gisele, de 22 anos, foi achada morta com marcas de violência em Fortaleza — Foto: Arquivo pessoal

A irmã de Sophia, Kailiane Façanha cobra a prisão dos envolvidos. "A gente só quer justiça. Que justiça é essa que já faz mais de quatro dias e não acharam o culpado ainda? Que justiça é essa? Vai precisar acontecer quantas vezes para poder acontecer alguma coisa? Só quero justiça. Só vou sossegar, só vou dormir quando souber que o culpado foi preso pelo que fez com a minha irmã", disse Kailiane.

Emocionada, ela relembra que a irmã era querida por todos. "Era uma pessoa muito alegre, todo mundo gostava dela. Não tinha uma pessoa que chegasse para mim e reclamasse dela. Ajudava todo mundo. Como eu falei, até mesmo quando eu estava triste ela chegava para animar a casa.", disse.

Equipes da Polícia Militar e da Perícia Forense do Estado também foram acionadas para o local. Um inquérito foi instaurado pelo DHPP, unidade que apura as circunstâncias do crime.

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Corpo foi encontrado no Bairro Bom Jardim. — Foto: Reprodução/TV Verdes Mares

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