Amara Moira, travesti e colunista do UOL, conta como foi voltar a estádios de futebol - Portal dos Jornalistas

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Com medo da violência por ser travesti, Amara Moira, nova colunista do UOL, passou dez anos longe dos estádios de futebol e retornou na terça (24) no jogo entre Palmeiras e o Deportivo Táchira, na transmissão da Live do Danilo e do Vitão. Torcedora do Palmeiras, Amara relatou a felicidade de estar de volta em um estádio.

Na transmissão, a colunista relembrou como se tornou torcedora do time, que venceu o jogo em questão, e ressaltou o medo que sentia de voltar ao espaço majoritariamente masculino e repleto de preconceitos.

“Comecei a torcer para o Palmeiras no começo da Era Parmalat, mas ainda assim estou impressionada com o que está acontecendo agora, a capacidade de ganhar é enorme. Fui sócia durante um tempo, frequentei estádios antes da minha transição, de me afirmar Amara, de me colocar como travesti no mundo. Depois que comecei minha transição, frequentar o espaço do estádio se tornou temerário”, disse.

Doutora em Teoria e Crítica Literária pela UNICAMP, Amara acredita que a solução para os problemas de opressão em espaços como esse podem ser resolvidos não apenas com repressão, mas também com conscientização.

“Para mim não é uma questão de tentar resolver isso apenas de proibindo e criminalizando, jogar na cadeia, é um justamente um debate da sociedade. Se tem pessoas gritando aquilo ali, se sentindo confortável para gritar esse tipo de coisa ali, significa que enquanto sociedade estamos criando essa possibilidade, pessoas que se sentem confortáveis para dizer essas coisas. Vamos precisar de uma solução que olhe para o todo, não apenas individualize a culpa”, opinou. 

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