'A palavra dita por um deputado pode levar ao suicídio', lamenta Eudiane - Agora RN

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Eudiane: “É triste um jovem falando que é cristão e agindo dessa forma”. Foto: EDUARDO MAIA/ALRN

“Uma das coisas que mais me entristecem no nosso país é quando pessoas altamente vulneráveis são atacadas, com ódio, por alguém que ocupa um espaço público e pode ser porta-voz de tantas outras pessoas. A palavra tem um poder muito forte, e dependendo da forma como é usada, ela mata. Você não precisa estar com faca, com revólver, com um pau ou com um ferro para matar o outro. Às vezes a palavra, da forma como é dita por um deputado, pode levar alguém ao suicídio”, afirmou a deputada estadual Eudiane Macedo (PV) durante pronunciamento na Assembleia Legislativa do Estado.

As falas sensatas de Eudiane foram uma reação aos ataques preconceituosos e homofóbicos do deputado recém-empossado Michael Diniz, que ficará por quatro meses substituindo o deputado licenciado Kelps Lima (SDD), proferidos no último dia 22. Na ocasião, ele disse “Quero deixar registrado meu repúdio aqui e demonstro meu desprezo por todo esse movimento LGBT. Até quando vamos suportar essas coisas e ficar calado? Até quando a sociedade vai ver essa depravação e nada vai fazer?”.

Eudiane acrescentou que tem muitas amigas e amigos LGBTQIA+ e fica muito triste com situações assim. “Quando eu assisti ao vídeo, tive vontade de chorar. Eu acho que o deputado Michael Diniz desconhece que LGBTfobia é crime inafiançável, de três anos de prisão. E é tão triste a gente ouvir um jovem de 28 anos falando de religião e moral, dizendo que é cristão e agindo dessa forma. Para mim, o cristão prega o amor; não o ódio, a intolerância e a falta de respeito”, repudiou.

PROJETO TRANS CIDADANIA

Segundo a parlamentar, mesmo sem estar no direito de fala, por ter muitos amigos, ela já ouviu relatos de pessoas que abandonaram as salas de aula por causa de bullying e foram rejeitados em seleções de emprego, “mesmo tendo muita competência, só por ser travesti”. Eudiane também destacou que, “é por tudo isso que foi aprovado no Legislativo o “Projeto Trans Cidadania”, de sua iniciativa e relatoria da deputada Isolda.

“Nós vamos trabalhar três eixos: Educação, Saúde e mercado de trabalho. Nenhum travesti vai fazer programa porque quer. Muito pelo contrário. Eles fazem isso porque lhes falta oportunidade. E somos nós, como representantes do povo, que devemos criar políticas públicas, para que essas pessoas realmente possam ter o que é delas, de fato e de direito. Aqui, ninguém é melhor do que ninguém. Todos nós somos iguais. E eu, como cristã, defendo o amor, o respeito, a igualdade e a solidariedade. Não se deve misturar Moral, Direita e Religião. O cristão verdadeiro defende o amor e o respeito, e que as pessoas possam viver da forma como amam, respeitando uns aos outros”, concluiu Eudiane.

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