Quantos Trans e Gays Existem no Mundo?

A questão de quantos travestis e gays existem no mundo é complexa, envolvendo múltiplos fatores sociais, culturais e metodológicos que dificultam a obtenção de números precisos.

Quantos Trans e Gays Existem no Mundo?

A questão de quantos travestis e gays existem no mundo é complexa, envolvendo múltiplos fatores sociais, culturais e metodológicos que dificultam a obtenção de números precisos. Embora existam diversas pesquisas e estudos realizados em várias partes do mundo, a falta de uniformidade nas metodologias e as variações culturais podem impactar as estimativas globais. A seguir, exploramos as dificuldades de obter números exatos, as estimativas globais mais conhecidas e a importância desses números para a formulação de políticas públicas inclusivas. Para encontrar Trans em RJ acesse aqui.

Desafios na coleta de dados sobre orientação sexual e identidade de gênero

Obter dados precisos sobre a quantidade de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e outras minorias sexuais e de gênero é uma tarefa desafiadora por várias razões. Primeiramente, os métodos de pesquisa variam significativamente. Muitos estudos utilizam dados auto-relatados, o que pode afetar os resultados, pois, dependendo da cultura e do contexto social, muitas pessoas não se sentem confortáveis em revelar sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Além disso, o contexto político e legal de um país pode influenciar as respostas. Em nações onde a homossexualidade é criminalizada ou onde há discriminação severa contra pessoas LGBTQIA+, muitos podem optar por não se identificar abertamente. Por exemplo, países com leis islâmicas rigorosas tendem a apresentar subnotificação nesses levantamentos.

Outro fator é a definição de termos utilizados nas pesquisas. A orientação sexual e a identidade de gênero podem ser entendidas de formas diferentes em várias culturas. Nem sempre as pessoas utilizam rótulos como "gay" ou "travesti" para descrever suas experiências de vida, o que pode criar discrepâncias entre os dados coletados.

Estimativas globais sobre a população LGBTQIA+

Apesar das dificuldades na coleta de dados, algumas pesquisas tentam oferecer uma visão global sobre a quantidade de pessoas que se identificam como gays, lésbicas, bissexuais ou travestis.

Estudos transculturais

Estudos transculturais sugerem que uma parcela significativa da população global tem experiências ou identidades que se enquadram na sigla LGBTQIA+. Por exemplo, pesquisas em culturas ocidentais indicam que cerca de 5 a 10% da população pode se identificar como não heterossexual, abrangendo gays, lésbicas, bissexuais e outras identidades.

Uma revisão de literatura publicada em 2016 apontou que, globalmente, a maioria das pessoas é heterossexual, mas que uma minoria significativa é sexualmente atraída ou tem experiências com pessoas do mesmo sexo. No entanto, em muitos países, a discriminação leva muitas dessas pessoas a não se identificarem publicamente como parte da comunidade LGBTQIA+.

Estimativas regionais e nacionais

Em um estudo realizado pela Ipsos em 2021, abrangendo 27 países, foi relatado que aproximadamente 80% da população global se identifica como heterossexual, enquanto cerca de 3% se identifica como gay ou lésbica e 4% como bissexual. Além disso, 1% se identificou como assexual, e 1% como pansexual ou omnissexual.

Essas estimativas variam significativamente entre os países. Em culturas ocidentais, como na América do Norte e Europa, a aceitação das identidades LGBTQIA+ é maior, o que resulta em uma representação mais precisa. No Brasil, por exemplo, uma pesquisa de 2013 revelou que cerca de 7% dos brasileiros se identificam como homossexuais, enquanto 5% se identificam como bissexuais.

Travestis: uma identidade única e subnotificada

A população de travestis, em particular, é uma das mais difíceis de ser quantificada, especialmente devido à variabilidade do termo em diferentes culturas e contextos. No Brasil, o termo "travesti" tem uma conotação específica, referindo-se a pessoas que, apesar de não se identificarem estritamente como mulheres transgênero, expressam sua identidade de gênero de uma forma que contraria as normas de gênero atribuídas ao sexo de nascimento. No entanto, em outros países, o termo pode ser entendido de maneira diferente ou nem mesmo ser utilizado.

Estimativas sobre a quantidade de travestis no mundo são raras, mas estudos focados na América Latina sugerem que uma porcentagem significativa da população trans se identifica como travesti. De acordo com uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Unesp, estima-se que 2% da população brasileira adulta se identifique como transgênero ou não-binária, e uma parte desse grupo inclui travestis.

Listagem de resultados por países

Aqui estão algumas estimativas de pessoas que se identificam como parte da comunidade LGBTQIA+ em diferentes países:

  1. Brasil: Pesquisa do Ibope (2013) revelou que cerca de 7% dos brasileiros se identificam como homossexuais e 5% como bissexuais.
  2. Estados Unidos: De acordo com o Williams Institute (2020), cerca de 4,5% da população adulta dos EUA se identifica como LGBTQIA+.
  3. Reino Unido: Pesquisa do Office for National Statistics (2019) indicou que 2,7% da população se identifica como lésbica, gay ou bissexual.
  4. Canadá: O Statistics Canada (2021) revelou que cerca de 4% dos canadenses se identificam como parte da comunidade LGBTQIA+.
  5. Austrália: Em uma pesquisa de 2012-2013, cerca de 3,5% dos australianos se identificaram como gays, lésbicas ou bissexuais.

Embora estudos indiquem que cerca de 5 a 10% da população global pode se identificar como parte da comunidade LGBTQIA+, as variações entre países e a subnotificação em regiões de maior discriminação mostram que ainda há muito a ser descoberto. Mesmo assim, a importância de levantar esses dados vai além da curiosidade estatística, pois ajuda na formulação de políticas públicas que assegurem direitos e proteções para essas populações.

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